quarta-feira, 23 de novembro de 2011

algumas considerações 14

Postei no meu Orkut a sugestão da leitura de "2455- Cela da Morte.,um livro comovente, talvez um dos melhores que eu já tenha tido oportunidade de ler. A estória de Caryl Chessman é, também , um pouco da estória de milhares de pessoas, que por seus crimes e perversidades, foram condenadas à morte. Chessman era uma pessoa especial, de uma inteligencia fora do comum. Após tantos anos numa prisão, lutando desesperadamente, usando de todos os recursos que lhe eram possíveis para conseguir a sua liberdade, ele não se dava por vencido, não desistia nem desanimava com as sucessivas recusas de "hábeas corpus". REGRESSANDO DA ESCURIDÃO é o último capítulo de seu livro. Nele, o leitor tem uma visão total e realista da problemática do crime no mundo inteiro. Ele não queria morrer; não porque tivesse medo da morte, mas porque era profundamente preocupado com a não solução do problema em sí. Executando-o a sociedade não estaria resolvendo problema algum. 2455-Cela da Morte, é, antes de tudo,um documentário sobre a difícil e trágica vida de um condenado à morte. O que leva algumas pessoas a trilharem o caminho do crime, as causas, os problemas que se originam na infância e se aprofundam com a idade adulta são alguns dos inúmeros elementos que formam um criminoso perigoso como era Caryl Chessmam. ALGUMAS FRASES MARCANTES- "Ele se lembra de que teve uma vez um rosto jovem, sensível, saudável. O rosto e o homem.... Que foi que os mudou? Foi algo que sucedeu há longo tempo. Como é que um homem chega ao corredor da morte?" "O mau hálito social nunca reformou ninguém" "Qualquer coisa é melhor do que ter medo". Assim que o passarinho se foi, desapareceu de sua vista, whilt voltou-se e olhou para sua mãe. "O pardal foi embora mamãe," disse ele, tristemente, "e nem uma vez olhou para traz! Esta talvez tenha sido a primeira grande perda que whilt experimentou na vida. O fato do pardal não ter se voltado para olhá-lo mais uma vez antes de ir-se definitivamente só serviu para acentuar ainda mais o sentimento de regeição que sempre o dominou. Ele foi, desde criança, um menino muito fraquinho fisicamente, apanhava na rua dos outros garotos e vivia se escondendo dos mais fortes. Só muito depois, quando veio a descobrir a sua própria inteligência, que poderia usá-la para se fazer respeitar, quando descobriu que poderia tirar proveito dela para se impor e punir as pessoas que o haviam maltratado, foi que whilt adquiriu autoconfiança e se iniciou na delinquência. "Qualquer coisa é melhor do que ter medo" foi uma frase que sempre o acompanhou, como se fosse um lema, uma justificativa para as ações erradas que cometia. E o menino sensível, terno e amoroso foi sendo esquecido. Em seu lugar nascia um bandido perigoso, astucioso e muito, muito inteligente, que dominava suas vítimas e se deleitava ao ver o pavor estampado em suas fisionomias, que usava seu espírito criativo para enganar, driblar a justiça e seus ingênuos executores. "Filhinho, se continuar assim, você acabará na câmara de gás!" "Quando você se libertar, deverá começar a escrever!" exclamou minha mãe, compreensiva. - Quando eu me libertar, escreverei ou estarei morto". -"Você não morrerá", insistiu minha mãe. "Não morrerá antes que seu espírito criador tenha cumprido a sua missão"! Talvez por ter o autor vivido a experiência de escrever a sua própria história,uma história comovente e cheia de violência, esse livro tenha me sensibilizado tanto. Eu ainda lembro dos comentários que o meu pai fazia com os amigos sobre a possível execução de Chessmam. Lembro da sua revolta, da sua voz alterada na defesa de Chessmam. Naquela época eu era muito pequena, mas também muito curiosa. Os assuntos dos adultos me fascinavam e eu achava que o meu pai era o máximo, o homem mais inteligente do mundo. Meu pai ficou revoltado, o mundo inteiro ficou revoltado. De todas as cidades vinham cartas pedindo para que Chessmam não fosse executado. As pessoas saíam às ruas em passeatas, com cartazes, pedindo que a justiça reconsiderasse e desse, na pior das hipóteses, a pena de prisão perpétua. De nada valeram os apelos, os pedidos, os cartazes. O "bandido da luz vermelha" foi executado pontualmente, à hora marcada, tendo sido transmitido pelo rádio(naquele tempo não existia televisão) até o seu último instante de vida. Chessmam não queria morrer. No último capítulo do seu livro o leitor tem uma visão total da verdadeira transformação da personalidade de Chessmam. De violento e também psicopata, ele passa a ser uma pessoa conscientizada, profundamente preocupada com a criminalidade no mundo, com a execução desnecessária de muitos dos acusados, e com a não solução do problema em sí. 2455-Cela da Morte. Um livro muito bom! O que registrei aquí retrata única e tão somente a visão que eu construí do livro, após a leitura. São idéias pessoais!!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Algumas considerações 10

Estou de volta, embora sem um assunto definido. Estava à pouco relendo algumas anotações antigas. A vida é... surpreendente! A nós, seres pensantes, nos é dado o direito de cometer erros, corrigí-los, errar novamente, de novo tentar consertar. A essa soma de erros e acertos aprendemos a ser mais cautelosos, a não nos deixar enganar, a não "nos" enganar com tanta facilidade. Somos seres imperfeitos, uma mistura de sentimentos bons e ruins. Estamos sempre nos policiando para que os sentimentos bons se sobreponham aos ruins, vigiando, nos auto-censurando quando a nossa consciência nos avisa de que "pisamos na bola", magoamos alguém, fizemos essa pessoa chorar... Porém, é através da imperfeição que nos tornamos mais humanos, mais amadurecidos, mais cautelosos. Temos a chance de voltar atrás quando cometemos erros. Que bom! Somos seres limitados, reconhecemos nossas limitações, nossas falhas, o quanto temos ainda a aprender, não importa se somos adolescentes, pessoas adultas, ou cinquentonas, como eu. O mais importante é estarmos, sempre, criando laços, vínculos, pontes que nos possibilite construir cada vez mais "momentos felizes", prazeirosos, de pura emoção. É isso!!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Algumas considerações 09

Estava escrevendo, houve uma queda de energia, apagou tudo, e agora eu me encontro meio perdida, absolutamente esquecida de como iniciei o texto que me propus escrever. Lembram de como Bentinho simplismente "esqueceu" a homenagem que havia transcrito por ocasião da morte de seu querido amigo Baltazar? Era uma homenagem muito bonita, carregada de emoção, de apreço pela amizade que os unia mas quando ele soube da traição, ou suposta traição, já que tudo não passava de mera suposição e num impulso de revolta rasgou o papel que acabara de escrever, ele não conseguiu mais lembrar do que havia escrito. Por mais que sua mente buscasse na memória, ele não foi mais capaz de escrever uma linha sequer, em favor do amigo morto. O que acabei de narrar faz parte do livro " Dom Casmurro", de Machado de Assís. Devo confessar que tenho verdadeira admiração por essa obra, pela profunda sensibilidade com que foi escrita. Nela, o autor explora com extraordinária beleza os labirintos do espírito humano e usa a ironia como caminho para analisar o caráter e o comportamento de suas personagens. Enquanto tentava me lembrar do que escreví antes do apagão, me veio à mente esse trecho do livro. Machado de Assís estava certo: Quando destruímos o que escrevemos, não conseguimos mais reescreve-lo, não da mesma forma, com as mesmas palavras. Aconteceu que acabei por abordar um outro assunto, nada a ver com o anterior. Fica pra próxima oportunidade!!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Algumas considerações13

Que bom que você, Isac, "é bom" nessa coisa de computador! Finalmente poderei voltar a postar no meu blog! Hoje, pra falar a verdade, não tenho muito o que dizer. Entrei no meu blog à título de experiência, pra ver se estava funcionando, mas prometo que serei mais assídua daquí pra frente. Puxa, quanto tempo? Não sei exatamente, mas parece-se que foi um longo período de silêncio. Foram muitas as vezes em que tentei postar sem nenhum êxito, tentando inúmeras formas de resolver o problema.Obrigada Isac, você é 10!!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

algumas considerações 8

"Agora, porque é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é este propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitú da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente. Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dir-me-ia, como no seu cap.IX, vers.1: "Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de tí ". Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitú menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca. É bem, qualquer que seja a solução, uma coisa fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu melhor amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A terra lhes seja leve!" Eis o capítulo do livro "Dom Casmurro" que me deixou mais emocionada ! A genialidade de Machado de Assis se reflete em cada palavra, cada vírgula, cada metáfora, cada comparação !! "Dom Casmurro", uma obra excelente, que nos encanta, a mim especialmente, pela extrema sensibilidade com que foi escrita. É difícil falar sobre a personalidade de Bentinho, do seu amor por Capitú e da sua certeza de haver sido traído por ela e seu melhor amigo; do ciúme incontrolado que o deixava cego; do filho, da grande amizade que havia entre os dois casais, da relação sempre tão afetuosa e próxima. Apesar de tudo isso, Bentinho estava realmente certo de que fôra traído pela amada de sua vida e o melhor amigo. O filho de ambos era uma cópia perfeita do amigo falecido: O riso, os gestos, a voz, tudo, até a maneira de sentar-se à mesa se transformava em prova para que as suas suspeitas se confirmassem. Até o comportamento de Capitú ante as suas acusações, a sua inércia ao recusar-se em sentir revolta, em não argumentar, não tentar provar que ele estava errado, que tudo era produto da sua imaginação o deixava cada vez mais convicto de que suas suspeitas tinham fundamento. Estranhamente, Capitú, em nenhum momento, tentou contestar as decisões que ele tomara em relação ao casamento dos dois, como se com essa atitude ela própria o estivesse ajudando a puní-la, a redimir-se. A viagem que os separaria na volta, as cartas que ela lhe escrevera posteriormente, cheias de amor e compreensão para com as atitudes do marido. Enfim, todos esses estranhos comportamentos me levam a acreditar que o filho de Capitú não era filho de Bentinho. Outro fato que me fez chegar a essa conclusão foi a estranha compreensão que Capitú demonstrou ter com relação à mudança de comportamento de sua sogra, mãe de Bentinho, em relação aos três: Capitú, Bentinho e Ezequiel. Se antes, quando a criança ainda era pequena, ela os recebia em sua casa com alegria, com o passar dos anos e o consequente crescimento do menino, ela se tornara, pouco à pouco, arredia e distante, a evitar estar na companhia dos três . Será que existe dôr maior, mais intensa, mais corrosiva que a dôr da traição? Ao ver sua vida e o que ele havia construído com tanta dedicação desmoronar lentamente, ao constatar que a mulher que amava mais até que a própria vida o havia traído da maneira mais sórdida, mais vil possível, Bentinho pensou em morrer, em matar-se. Pra ele a vida não tinha mais sentido, não valia à pena continuar vivendo. Se não o fez, foi por achar que Capitú precisava sofrer uma punição, de alguma forma pagar pelo mal que lhe fizera. O que Bentinho não sabia, ou não queria se conscientizar, é de que ele já era um homem morto, um homem sêco, sem ilusões, pois, com a descoberta da traição, Bentinho tinha deixado morrer dentro de sí o amor, a capacidade de se dar, de se envolver, de partilhar. Que pena eu sentí do Bentinho! Se antes ele era uma pessoa sensível, emotiva, generosa, a traição o transformou num homem desprovido de sentimentos nobres, que foi capaz de deixar de amar Capitú com a mesma intensidade com que a amara, que recebeu a notícia de sua morte com indiferença, sem nenhuma emoção, sem nenhum sentimento, incapaz de sofrer. Alguns livros foram escritos baseados na história de Bentinho e Capitú, do triângulo amoroso que se formou entre ela, Bentinho e Baltazar. Algumas vozes se levantaram em defesa de Capitú, condenando as atitudes de Bentinho e o seu julgamento ante a aparência física de Ezequiel. Não cheguei a lêr nenhum desses livros, mas creio que ficou por demais evidente que houve realmente uma traição, um filho e a mãe natureza entre eles a provar a impossibilidade de coincidência, a mostrar o pai renascendo na figura do filho, aos poucos, mas de uma maneira tão clara, que levou Capitú a esconder o retrato de Baltazar para que Ezequiel não o visse e se reconhecesse nele...

sábado, 14 de agosto de 2010

algumas considerações7

"Cidadão de segunda categoria". Ouví essa expressão hoje, e fiquei realmente impressionada, me perguntando o que seria "cidadão de segunda categoria". A mim soa como algo discriminatório, cruel. Exclusão! Pessoas analfabetas, extremamente pobres,que estão sempre dependendo da caridade dos outros, que não sabem sequer o que seja um plano de saúde, alheias à qualquer tipo de informação talvez estejam incluidas nessa categoria. Não sei. Essa expressão deve ter sido criada por pessoas que acreditam mesmo serem superiores, que possuem muito dinheiro,uma posição social de destaque, acima do bem e do mal, portanto, protegidas, pela posição que ocupam, de serem responsabilizadas por suas arbitrariedades e crueldades. Estava pensando no caso "Bruno", no quão terrível foi pra todos nós tomar conhecimento de todas as suas atrocidades. algo absolutamente incompreensível e inceitável. Quer saber? Não vou mais falar sobre esse assunto, pesa muito!!

terça-feira, 22 de junho de 2010

algumas considerações 6

Estamos nos aproximando do período eleitoral. Já não há mais em mim aquela euforia de alguns anos atrás. Antes eu era ativa, participante, empenhada, confiante na real possibilidade de que as coisas pudessem mudar. Não sou radical ao ponto de dizer que nada mudou. Mudou, sim, mas de uma maneira muito lenta, quase imperseptível. Eu gostaria de poder escrever que o país, o "nosso" país mudou a olhos vistos, que a miséria não mais existe, que as nossas crianças estão sendo respeitadas nos seus direitos, que a educação finalmente passou a ser prioridade no nosso país, que a saúde pública está sendo encarada como coisa séria, que os nossos velhos estão sendo cuidados e tendo seus direitos respeitados. Ufa! Não dá pra enumerar nem relacionar tantas falhas! Outro dia quase tive uma síncope quando ouví pelo rádio o depoimento de um entrevistado pelo programa de uma rádio local, que "A greve dos transportes coletivos causava um certo desconforto aos usuários do transporte público". FALA SÉRIO, MEU IRMÃO !! Que "desconforto" coisa nenhuma ! O que ela causa, na realidade é angústia, é medo, é desespero nas pessoas que não teem como chegar aos seus locais de trabalho na hora certa. É o medo de serem dispensadas, de ficarem DESEMPREGADAS !! Aposto que "esse cara" não é usuário de transporte coletivo!! Ninguém, em sã consciência, pode afirmar que uma greve de transporte público não causa danos , muitos deles irreparáveis,na vida de seus usuários. ACORDA, PREFEITA, dê o ar da sua graça, diga a que veio!! Respeite seus eleitores, as pessoas que confiaram na sua administração, no seu bom senso, na sua sensibilidade feminina ! EU PROTESTO!!!